terça-feira, 8 de julho de 2014

A copa foi-se embora!


A copa foi-se embora
Mas ficaram as despesas
Que iremos pagar agora
A nossa pátria, a realeza!

Despesas de um povo sofredor
Que ainda continua a ser explorado
Sem consideração, empatia ou amor
Seus sentimentos são condicionados

E até quando seremos submetidos?
Acreditando nessa infeliz ilusão?
Até quando seremos convencidos?
 Que a bola vale mais que a educação?

Enquanto acreditarmos nesse discurso
E nos rendermos aos seus encantos
Estaremos seguindo o mesmo curso
De um hino que perdeu o seu canto

 Apreciado em campo tão-somente
 Em “verde” e “ amarelo” incongruente
Sem nenhuma possível relação
Com a sociedade, a práxis, a nação!

Uma doce ilusão foi assim acreditar
Que poderíamos um dia chegar a ganhar
Esquecendo da nossa pobre situação:
Desigualdade, violência e corrupção

Insensatez foi nos deixarmos levar
Por uma ideologia, a nos conquistar
Por algo demasiadamente irracional
Inconsciente, hipnótico, superficial

   A copa foi-se embora
Mas nos deixou o seu parecer
Para fazermos agora
Sem esperar acontecer

Alvinan Magno


* Esta Poesia é uma extensão atualizada referente a poesia "Foi-se a copa" da obra Poesia e Prosa de Carlos Drumond de Andrade. 


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