quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Psicanálise, a grande invenção de Freud: Uma analise existencial-artística do documentário, a invenção da psicanálise ( artigo, Por Alvinan Magno)

 
O documentário “A invenção da psicanálise”, mostra detalhadamente o percurso histórico-evolutivo do conhecimento psicanalítico, começando com seu fundador, Freud, e passando pelas diversas ramificações conceituais deste conhecimento, que ora foi questionado, (Carl JungeWilhelm Reich)ora foi aceito e/ou modificado (Jacques Lacan, Melanie Klein) A psicanálise é considerada uma filosofia-ciência, que assim como o socialismo de Karl Marx, revolucionou os modos de pensar o homem no Século XX, dando ao conceito de “inconsciente” uma significação Psicológica nunca antes descrita. Significação que unificou a semântica filosófica do conceito a teoria da sexualidade.
O documentário é inteiramente narrado por Peter Gay, biografo de Freud, e Elisabeth Roudinesco, conceituada psicanalista francesa. Contém vídeos raros do próprio Freud, inclusive as últimas imagens de Freud em seu apartamento em Viena. Além de uma entrevista com Carl Jung, descrevendo o primeiro encontro com Freud, e o relato Ernest Jones.
A entrevista com Jung ajuda a remontar um pouco da difícil personalidade de Freud. Jung definiu Freud como: “um homem difícil que não aceita a opinião alheia, sendo a ultima palavra a dele”. Freud era ambicioso e audacioso, e no terreno intelectual, utilizava-se de todos os recursos para defender e atacar aqueles que se metiam com a sua teoria. Fazia menção a personagens históricos como Napoleão para servirem de modelo para estimular a sua ambição. Freud se faz um general, um líder, tal como Sun Tzu descreve em “A Arte da guerra”, ou como "o principe" de Máquiavel, livros muito apreciados por Napoleão. O próprio Jung se viu obrigado a separar-se de Freud, seu mestre, devido à inflexibilidade autocrática da teoria Psicanalistica.
O Título do documentário faz menção de uma “Invenção” no sentido criativo. Freud se utilizou combinativamente de todos os recursos existentes, tanto os científicos como os filosóficos, se aproveitando do espírito da época que estava direcionado para a formação da psicologia enquanto ciência, para inventar criativamente uma metapsicologia filosófica que pudesse ser compreendida e explicada graças as também criativas, técnicas (associação livre, analise interpretativa dos sonhos, análise dos atos falhos, interpretação do comportamento relacionado a causa primária) que associavam o conteúdo teórico ao prático. A Criatividade de Freud, não se vinculou somente aos diálogos combinativos entre ciência, filosofia e arte, das quais conceitos como complexo de Édipo e narcisismo tiveram seu valor psicológico, ele foi ainda além: utilizou a sua criação, a psicanálise, para mergulhar dentro de si, e nas profundezas de sua personalidade, pôde compreender que a sua obra de arte não era uma simples invenção, mas uma poderosa e audaciosa teoria que reduziria toda a humanidade a sua subjetividade, ou seja, ao seu sistema psicológico. 
No decorrer do século XX, Freud se tornou um ídolo Cientifico-intelectual, um verdadeiro pop-star do mundo acadêmico. A sua grande invenção, apesar das várias divisões e ramificações, continua sendo apreciada por diversos seguidores que vêem na psicologia do inconsciente, uma maneira de justificar os diversos processos mentais. Embora alguns conceitos da psicanálise tenham sido vulgarizados no decorrer do século XX, principalmente pela globalização comercial e hollywoodianismo norte-americano, a teoria psicanalítica continua autêntica, nunca separada do seu ícone idolátrico: Sigmund Freud, o seu grande inventor, o seu grande criador.  

Referencia bibliográfica:
 
A invenção da psicanálise, documentário. 

Tzu, Sun. A arte da guerra, editora escala.

Maquiavel. O principe, narrado por Napoleão, editora Martin Claret.             


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