Inspiração
Lá estava o homem sozinho diante de si mesmo. Disposto a pescar no mar da existência, mergulhava no infinito oceano da subjetividade. Com a sua lança transcendental, flertava os mais elevados sentimentos. Era como um arisco falcão voando acima de tudo e de todos. Com asas duras e resistentes feitas de diamante, nem mesmo o grandioso Apolo poderia derretê-las, como fizera com Ìcaro. Tão sublime era a sua elevação que superava todas as criações celestiais, percebidas por ele naquele momento. Era tão grandioso tal momento, que a palavra “amor”, utilizada para significar o que é bom e necessário, não poderia mais significá-lo. Haveria de criar outra palavra. Ele sentia que deveria questionar a Afrodite tal situação. Então para isso, deveria tornar o momento real. Deveria usar os recursos materiais da realidade objetal para dar um sentido criativo para sua inspiração, que na verdade era a manifestação da sua própria individualidade. Então ele o fez: organizou imaginativamente os diversos conteúdos da sua inspiração, e deu vida para estes em uma grandiosa obra de arte. Assim como um Deus, ele havia se tornado um criador. Havia feito de sua inspiração um grandioso monumento, na qual contemplara em matéria a sublime beleza de sua consciência criativa. (martelos da afirmação, aforismo, Alvinan Magno)
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