terça-feira, 29 de outubro de 2013

O CONCEITO DE ANDRAGOGIA E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO SUPERIOR

Segundo Goecks (2004), o conceito de andragogia significa tão-somente: educação de adultos. Trata-se de uma ciência educacional que busca compreender o adulto como ente biopsicossocial. Diferente da criança que absorve mais facilmente o conhecimento em uma relação pedagógica, o adulto necessita de uma relação de ensino-aprendizagem que possa desenvolver suas habilidades intelectuais, por meio da vivência, da experimentação. Nesse sentido, pode-se afirmar que a educação pedagógica, oferecida as crianças, não pode cumprir seu papel quando atribuída ao ensino superior. Esta, relacionando-a aos estudos de Piaget, está intimamente ligada ao conhecimento das fases de desenvolvimento biológico e cognitivo da criança. E no adulto, se percebe o encerramento do desenvolvimento biológico e certa maturidade das funções cognitivas básicas, que podemos aqui chamar de “funções superiores”.
As funções superiores necessitam de um método particular para compreendê-las, já que os métodos pedagógicos se mostram insuficientes para tal tarefa. E foi buscando compreender o ensino-aprendizagem do adulto e o desenvolvimento de suas funções superiores que surgiu a ciência andragógica, se diferenciando dos métodos da pedagogia (Goecks, 2004).
O ensino Ensino-aprendizagem do adulto (andragogia)- que normalmente ocorre no ensino superior- se faz pela via da experiência vivida, já que esta é bem menos evidente em jovens e crianças. É característica da aprendizagem do adulto: relacionar o conteúdo lecionado com a própria experiência pessoal, buscando refletir e resolver problemas e tarefas que se confrontam com a sua vida cotidiana. Enquanto que a educação das crianças é centrada na lógica dos conteúdos, a dos adultos é centrada na lógica da problemática, sempre relacionada ao mundo circundante, aquele que se encontra próximo da sua realidade social (Goecks, 2004). O pedagogo Paulo Freire, referiu-se a essa lógica da problemática como educação “dialógica” ou “problematizadora”. Segundo ele, a educação deveria se fazer pela via da comunicação dialógica, sendo o professor um codificador das situações da realidade concreta, trazendo-as ao aluno como problema. O aluno, seguindo essa perspectiva, através da reflexão e do diálogo, buscaria resolver a questão, fazendo de sua aprendizagem uma ação cultural (Freire, 2013).
Quanto à questão da motivação educacional, vale também apontar as diferenças entre pedagogia e andragogia. Enquanto que na primeira a motivação se faz quase sempre relacionada ao meio externo e aos estímulos do professor, na segunda vemos uma motivação voltada para estímulos internos tal como satisfação, a autoestima e a qualidade de vida. Os adultos são mais sensíveis aos estímulos de natureza externa do que as crianças e jovens, porém são guiados por motivos pessoais intrínsecos (Goecks, 2004). A educação do adulto parte do princípio de que ele é um ser autônomo, e que precisa ser orientado e facilitado para que possa se desenvolver profissional e pessoalmente.
Como o ensino superior é geralmente destinado ao ensino-aprendizagem de adultos, é de extrema importância que o professor adentre nos estudos andragógicos para atualizar sua prática didática e metodológica, quebrando os inevitáveis mitos da educação. Quando se compreende cientificamente que o processo de ensino-apredizagem universitário (ensino superior) deve estar sempre em continuo aperfeiçoamento, se evidencia a necessidade do constante estudo sobre o desenvolvimento do adulto.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


FREIRE, P (2013). Pedagogia do oprimido. 54 ed. Ver. E atual-Rio de Janeiro: Paz e Terra
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GOECKS, R. (2004). Educação de adultos–uma abordagem andragógica. Disponível: www. Andragogia.com.br. Acesso em, 10(13).





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