Segundo Goecks (2004), o conceito
de andragogia significa tão-somente: educação de adultos. Trata-se de uma
ciência educacional que busca compreender o adulto como ente biopsicossocial.
Diferente da criança que absorve mais facilmente o conhecimento em uma relação
pedagógica, o adulto necessita de uma relação de ensino-aprendizagem que possa
desenvolver suas habilidades intelectuais, por meio da vivência, da
experimentação. Nesse sentido, pode-se afirmar que a educação pedagógica,
oferecida as crianças, não pode cumprir seu papel quando atribuída ao ensino
superior. Esta, relacionando-a aos estudos de Piaget, está intimamente ligada
ao conhecimento das fases de desenvolvimento biológico
e cognitivo da criança. E no adulto, se percebe o encerramento do desenvolvimento
biológico e certa maturidade das funções cognitivas básicas, que podemos aqui chamar de “funções superiores”.
As funções superiores necessitam
de um método particular para compreendê-las, já que os métodos pedagógicos se
mostram insuficientes para tal tarefa. E foi buscando compreender o
ensino-aprendizagem do adulto e o desenvolvimento de suas funções superiores
que surgiu a ciência andragógica, se diferenciando dos métodos da
pedagogia (Goecks, 2004).
O ensino Ensino-aprendizagem do
adulto (andragogia)- que normalmente ocorre no ensino superior- se faz pela via
da experiência vivida, já que esta é bem menos evidente em jovens e crianças. É
característica da aprendizagem do adulto: relacionar o conteúdo lecionado com a
própria experiência pessoal, buscando refletir e resolver problemas e tarefas
que se confrontam com a sua vida cotidiana. Enquanto que a educação das
crianças é centrada na lógica dos conteúdos, a dos adultos é centrada na lógica
da problemática, sempre relacionada ao mundo circundante, aquele que se
encontra próximo da sua realidade social (Goecks, 2004). O pedagogo Paulo
Freire, referiu-se a essa lógica da problemática como educação “dialógica” ou
“problematizadora”. Segundo ele, a educação deveria se fazer pela via da
comunicação dialógica, sendo o professor um codificador das situações da
realidade concreta, trazendo-as ao aluno como problema. O aluno, seguindo essa
perspectiva, através da reflexão e do diálogo, buscaria resolver a questão,
fazendo de sua aprendizagem uma ação cultural (Freire, 2013).
Quanto à questão da motivação
educacional, vale também apontar as diferenças entre pedagogia e andragogia.
Enquanto que na primeira a motivação se faz quase sempre relacionada ao meio
externo e aos estímulos do professor, na segunda vemos uma motivação voltada
para estímulos internos tal como satisfação, a autoestima e a qualidade de
vida. Os adultos são mais sensíveis aos estímulos de natureza externa do que as
crianças e jovens, porém são guiados por motivos pessoais intrínsecos (Goecks,
2004). A educação do adulto parte do princípio de que ele é um ser autônomo, e
que precisa ser orientado e facilitado para que possa se desenvolver
profissional e pessoalmente.
Como o ensino superior é
geralmente destinado ao ensino-aprendizagem de adultos, é de extrema
importância que o professor adentre nos estudos andragógicos para atualizar sua
prática didática e metodológica, quebrando os inevitáveis mitos da educação.
Quando se compreende cientificamente que o processo de ensino-apredizagem
universitário (ensino superior) deve estar sempre em continuo aperfeiçoamento,
se evidencia a necessidade do constante estudo sobre o desenvolvimento do
adulto.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, P (2013). Pedagogia do oprimido. 54 ed. Ver. E atual-Rio de Janeiro:
Paz e Terra
.
GOECKS, R. (2004). Educação de adultos–uma
abordagem andragógica. Disponível: www. Andragogia.com.br. Acesso em, 10(13).
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