Em pátios sujos e
danificados
O absurdo surge
imprescindível
Carregado de
significados mórbidos
Almejando o nada
invisível
O húmus nasce da terra
Do sangue, fruto da guerra
Trazendo uma sombria verdade
Vida, eis a vossa inevitável
Condição!
Que se eterniza numa mesma vontade
Confirmando teu objetivo, tua ambição
Pouco lhes importa o sujeito
É somente um simples efeito
Algo lançado
a própria sorte
Cujo futuro, se
encera na morte
Absurda, grotesca,
Insignificante
Eis como aparece a existência
Em um ritual negro e delirante
Faz preces diante da ausência
Para algum sentido encontrar
Projetando-se
numa pueril jornada
Impulsionada por desejos a realizar
Na vontade, permanece acorrentada
Em um eterno retorno
irracional
No individuo, tem uma
identidade
Que é somente um título nominal
Também chamado de subjetividade
Que
pouco importa para a natureza
Cujo
objetivo é a continua perpetuação
Nada pode se opor a sua realeza
Que faz da vida uma determinação
Pobre e infeliz existente
Eis a sua injusta missão
Ser um organismo poente
Um meio de conservação!
obs: Poesia dedicada ao pensamento filosófico de Arthur Shopenhauer (1788-1860), ao pessimismo surrealista de Raul Brandão (1867-1930) e ao absurdismo literário de Albert Camus (1913-1960).
Nenhum comentário:
Postar um comentário